Comunhão de cicatrizes
Marcas do que se foi... Uma dor que não mais dói, Quando finjo não lembrar! Por mais que eu tente eliminar... Ela estará sempre oculta, (sempre oculta ela vai estar) Esperando pra voltar! Creio ainda em meu remédio: A "faca cega", mãe da dor! Funciona até como um relógio pra ocultar o meu rancor. De um corte cego, a cicatriz! É bem melhor do que afiada pra não ter cortes mais profundos. A cicatriz cobriu o que mais me feriu: Marcas de um passado cujo tempo ofuscou, E descobri de olhos fechados o que também me ajudou... Pois o que mais me dava medo, incrivelmente me salvou! Volto no tempo e me pergunto se do que já fiz não me arrependo... Só sei que tudo é uma lição da qual nunca esquecerei! E sempre que eu observar, a cicatriz me lembrará: O que temi me ajudou, me floresceu e consolou. Simplesmente a cicatriz me faz lembrar da escuridão. Melancolia? Mem me lembro! Somente escuro e solidão!