OITOFELIX

Salada de sabão

O tempo não volta
Mas volta e meia estamos lá
Cometendo os mesmos erros
Infringindo as mesmas regras

O tempo destoa
Mas eu tô aqui à toa
Vendo ele passar
Esperando a resposta chegar!

O tempo que lacra
É a vida que sacrifica
No tempo de quem vaga,
Na vida de quem fica

Foi um acidente...
Imprudência?
Carência?
Moderação?
Eu vejo tudo o que disse
Ser desperdiçado em vão!

A felicidade de quem conseguiu
O infortúnio de quem viu
A atitude que ela consentiu
São meras desculpas pro futuro...

Desculpa unilateral
Disputa mais que plural
Instintos conscientes
Te consomem por dentro
Queimam sua alma
Fogo ardente!

E os idiotas do futuro
Sempre chegam tarde demais!
Porque do passado construído
Só restam fatos coagidos.

"De novo não irá acontecer!"
Quem dera eu pudesse acreditar...
Esquece garota,
Não quero esperar!

Porque sua neutralidade
É fruto do passado
É fruto da ambigüidade
Da existência dos sexos:
Ambos provados por ti,
E ainda conseqüência da amizade.

Você tinha perguntas...
Eu tinha respostas...
Eu tive tempo...
Você? Só pra quem gosta!

Tão materialista não era de surpreender
Em Platão o propósito,
Descontextualização dada pra valer
Mas, pai, ela não poderia entender!

Não obstante,
O tempo é irônico
Ironia momentânea
Ele passou,
Você mudou!

O mundo das sombras sempre dá o troco!
Do material ao ideal...
Só resta saber:
Se ainda desejas comer
Daquele mesmo sabão!